«Foi espetacular ouvir toda a gente a cantar o hino comigo. Estar ali de mão no peito… Foi mesmo muito bom», declarou Patrícia Sampaio (-78 kg) a A BOLA após descer do pódio e vivido um dos momentos do dia no Pavilhão de Almada depois da conquista do ouro no Grand Prix de Portugal ao derrotar a ucraniana Yelyzaveta Lytvynenko (20.ª do ranking), por castigos e após 3.39m.
A olímpica do Gualdim Pais, de 23 anos, já fizera soar A Portuguesa ao ser bicampeã da Europa de juniores e campeã de sub-23, assim como ao ganhar o Open da Oceânia em 2019. No entanto, teve sempre apenas com alguns colegas de Seleção na bancada. Desta vez não! «Nessas ocasiões não havia muita gente para cantar, por isso aqui acabou por ser muito melhor. Era mesmo muita gente. Foi ótimo! Espero que seja uma experiência a repetir», comenta.
Patrícia (26.ª) ganhou assim pela primeira vez uma etapa do Circuito Mundial na estreia como finalista em grand slams ou grand prix, onde contabilizava quatro bronzes, e contribuiu para que Portugal (2+1+0) - Bárbara Timo (-63 kg) levara o ouro na véspera e Rochele Nunes (+78 kg) foi ontem prata - concluísse no segundo lugar do medalheiro, só superado pela Coreia do Sul (4+1+1), a competição que marca o arranque do Circuito. Em 2022, na estreia, a Seleção já brilhara com quatro pódios: Catarina Costa (-48 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg), foram ouro, e Joana Diogo (-(52 kg) e Telma Monteiro (-57 kg) bronze.
Depois de deixar o tatami a agradecer ao público e a fazer corações com as mãos e ter abraçado o selecionador Marco Morais, ante de falar à imprensa Sampaio termia um pouco das mãos. «Dever ser o cansaço e a emoção, tudo junto», explica rindo-se. «Esta medalha foi muito boa para começar o ano. Depois do período de que venho da recuperação de uma lesão [saltou-lhe o ombro direito nas semifinais do Europeu], não tão bons resultados, mas muito trabalho e os estágios internacionais que realizei no final do ano, começar a época em casa com ouro, ouvir o hino e todas as pessoas a cantá-lo comigo, é perfeito», conta.
«O apoio foi especial. Fez a diferença. Sou de Tomar e vieram dois carros cheios para gritarem por mim, assim como de Lisboa… tornou-se bastante importante. É bom ter a oportunidade de contar com uma prova grande em casa e tanta gente próxima a puxar», afirma, provavelmente sem saber que, na próxima temporada, quando o evento acontecer na Altice Arena e contar 100 por cento para o apuramento olímpico de Paris-2024, a etapa poderá passar a ter estatuto de grand slam.
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