Depois da medalha de ouro conquistada, ontem, por Bárbara Timo nos -63 kg, a Seleção já garantiu outros dois lugares no pódio para esta tarde no Pavilhão de Almada, a partir das 17h, através de Patrícia Sampaio e Rochele Nunes (+78 kg), após estas se terem apurado para a final da segunda edição do Grand Prix de Portugal, etapa que marca o arranque do Circuito Mundial.
A Portugal ficará assim neste último dia da prova a uma medalha das quatro conseguidas em 2022, quando Catarina Costa (-48 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg) foram ouro e Joana Diogo (-(52 kg) e Telma Monteiro (-57 kg) bronze. A diferença é que há um ano estiveram em competição 301 judocas e desta feita foram 544 de 81 países. Segundo a FIJ um recorde de participantes num grand prix do Circuito e que muitas vezes nem acontece nos grand slams.
Patrícia (26.ª do ranking), de 23 anos, foi a primeira a apurar-se para a final, onde enfrentará a ucraniana Yelyzaveta Lytvynenko (20.ª), de 18, a qual apenas defrontou uma vez, em abril do ano passado, e ganhou no Grand Slam de Antalya.
Para chegar à sua segunda final de sempre no Circuito Mundial a olímpica do Gualdim Pais teve de disputar quatro rondas, tendo ganho na inaugural à espanhola Lucia Perez (97.ª) com dois wazaris – o segundo com estrangulamento - em 1.11m, e despachado a croata Petrunjela Pavic (63.ª) por ippon em 2.25m na 2.ª ronda.
Nos quartos de final, levou a melhor sobre a sul-coreana Hyunji Yoon (19.ª) quase não permitindo que a asiática conseguisse atacar e provocando-lhe três castigos. Na semifinal a também sul-coreana Jeongyun Lee (17.ª) sentiu igualmente grandes dificuldades para impor a pegas contra a portuguesa e acabou derrotada por wazari.
Quanto a Rochele, de 33 anos, esteve isenta da 1.ª ronda por ser cabeça de série e começou a competição defrontando a brasileira Giovanna Santos (140.ª) com um ippon aos 3.40m. Já nos quatros de final eliminou, com três castigos em 3.15m, a francesa Valentine Marchand (85.ª) para depois, na meia-final, derrotar a cazaque Kamila Berlikash (15.ª) novamente por shidos (3.55m) por esta não atacar.
Célio Dias (-100 kg), que neste seu aguardado regresso ao Circuito Mundial desde 2017 e depois de ter passado por uma depressão e lhe ter sido diagnosticado uma variante de esquizofrenia, foi dos 10 judocas nacionais hoje em ação mais aplaudido e apoiado pelo público.
Depois de ter ganho os dois primeiro combates, ficou-se pelo 9.º lugar ao permitir um wazari a 16s do fim da luta contra o sérvio Bojan Dosen (36.º) nos oitavos de final. Fica marcado o regresso do olímpico no Rio-2016 que agora representa o Algés.