O FC Porto teve uma má entrada na presente edição da Taça da Liga ao não ir além de um empate, a duas bolas, na receção ao Mafra. Um desfecho que penaliza a péssima primeira parte dos campeões nacionais, que reagiram depois do intervalo quando o 12.º classificado da Liga 2 já levava dois golos de vantagem.
Com uma entrada muito personalizada no jogo, os visitantes mostraram-se compactos no momento defensivo e inteligentes no desdobramento para o ataque. Assim se desenhou o golo inaugural: bola curta, bola longa e a combinação entre Lucas Silva e Pedro Lucas a libertar o segundo pela faixa, com o ala a encontrar Fati no segundo poste pronto a encostar a bola para o fundo da baliza (16 minutos).
A procura da profundidade fez o anfitrião passar por mais alguns problemas, com maior ênfase para as criações contrárias pela direita. No entanto, foi através de uma bola parada que o resultado ganhou contornos ainda mais escandalosos. Canto, descuido de Bruno Costa e o VAR a sugerir ao árbitro o visionamento das imagens: assinalado o penálti por mão do médio na área, Gui Ferreira enganou Cláudio Ramos e assinou o 0-2 (42’).
Depois de terem poupado o adversário à pressão do jogo e do palco, os dragões tinham de ser, necessariamente, diferentes na segunda parte e o retomar do encontro deu a ver uma equipa mais agressiva, com e sem bola. Numa ligação pelo corredor central, Namaso tabelou com Uribe, caiu e ficou a pedir penálti: Pepê foi o único que não se distraiu com as reclamações e aproveitou da melhor forma uma bola perdida na área para picá-la sobre Samu (48’).
No espaço de sete minutos, João Mário, Toni Martínez e Galeno deixaram a partida à beira do empate, mas o guarda-redes Samu e companhia puderam respirar fundo. Como Pedro Pacheco também o fez quando, de cabeça, na sequência de um canto, ficou perto de voltar a gelar as bancadas. Que sentiriam pouco depois o calor de um pontapé de fogo de Toni Martínez: numa nesga de espaço, o espanhol não perdoou e restabeleceu o empate (70’).
A tendência acentuou-se na reta final do encontro. Intensidade portista, muitas corpos vestidos de amarelo na frente do caminho e pouco discernimento na hora de decidir, com a pressão do relógio e do público. Mattheus Oliveira ainda fez imaginar um último assalto caseiro, ao ver dois amarelos em quatro minutos, mas os mafrenses resistiram firmemente mesmo com menos um homem em campo.