Jorge Silva, pai de Fábio Silva, explicou a saída do jovem avançado do Anderlecht na janela de transferências de janeiro.
«Durante três meses analisámos várias opções. Viemos ver vários jogos do Anderlecht e foi a nossa escolha, ainda que não fosse a melhor equipa da Bélgica, tendo em conta os milhões que a Liga dos Campeões rende ao Club Brugge», começou por dizer, em entrevista ao jornal belga 'DH', referindo que os primeiros meses do filho no emblema belga correram bem:
«Os dois primeiros meses atenderam às nossas expectativas. Mesmo que a equipa não estivesse a jogar de forma fantástica, ganhavam e o Fábio marcava. Depois, as coisas começaram a correr menos bem e o Anderlecht voltou a mudar de treinador», apontou.
«A chegada de Riemer [novo treinador] mudou tudo. De repente, o sistema de jogo mudou. O Fábio estava sozinho na frente. A primeira tarefa era defender em vez de pensar em marcar golos. Já em dezembro, o empresário dele conversou com o clube e disse que este futebol não era o combinado. O Fábio não é o Cristiano Ronaldo do Manchester United ou do Real Madrid, que driblava quatro ou cinco adversários antes de marcar. Ele precisa de apoio, mas, em vez disso, recebia bolas longas, bolas difíceis ou até nenhuma e esperavam que ele fizesse um milagre. Sou o maior crítico do Fábio, mas será ele o culpado da perda de pontos em Bruges? É mau pôr as coisas desta forma, mas quando se pede a um jogador com as qualidades do Fábio para correr atrás de uma bola... O estilo de jogo, aquelas bolas longas, aquela falta de oportunidades para marcar», prosseguiu.
Jorge Silva, que também foi futebolista, negou ainda a existência de uma discussão entre Fábio Silva e o atual treinador do Anderlecht, deixando críticas ao técnico por referir que o jovem futebolista não queria «morrer» pelo clube: «Foi uma boa conversa. Ele disse-lhe: 'Você tem as suas ideias de futebol, elas não correspondem às minhas. Não tenho nada contra você, mas não me sinto bem comigo mesmo. Agradeço e desejo-lhe boa sorte, mas deixe-me sair. O meu agente já está a procurar um novo clube'. E Riemer respondeu: 'Talvez seja melhor para ambas as partes. Boa sorte’.»
O pai de Fábio Silva referiu ainda que o filho deixou Bruxelas a pensar no Europeu de sub-21, que se vai disputar em junho.
«Há várias razões pelas quais decidimos sair. Primeiro, a nova filosofia do clube com Riemer. O Anderlecht tem o direito de optar por este tipo de futebol com bolas longas. Se o clube acha que esta é a maneira certa de ganhar pontos, quem sou eu para me opor? Em segundo lugar, viemos para o Anderlecht para lutar por troféus, mas o Anderlecht é 12.º no campeonato... Em terceiro, pensámos no Euro Sub-21 que se realiza no final de junho. Quarto, têm de entender que o Wolverhampton pagou muito dinheiro por ele. Eu tenho de, como pai, encontrar a melhor solução para o meu filho se desenvolver. No momento, acho que é o PSV», atirou, revelando ainda que o Burnley tentou contratar Fábio Silva, mas sem sucesso:
«Kompany acompanha-o e adora-o, mas achámos que o PSV correspondia mais às necessidades do Fábio do que o Burnley», concluiu.