Abel Ferreira lamentou a eliminação do Palmeiras nas meias-finais da Taça Libertadores após o empate 2-2 frente ao Athletico Paranaense, mas não poupou nas críticas ao árbitro uruguaio Esteban Ostojich.
«É um golpe. [Este resultado] Vai testar nossa resiliência pela forma como foi. É duro, mas já levámos pancadas antes. Saímos da Taça do Brasil da forma como foi e agora temos de seguir o nosso caminho. Não há outra forma. Parabéns ao adversário, foi competente e feliz no segundo golo», começou por dizer o treinador português.
Abel Ferreira perdeu Murilo, expulso à beira do intervalo, e teve de jogar toda a segunda parte com 10, mas pediu também o mesmo critério par o adversário Alex Santana, que viu amarelo num lance com Rony e o Palmeiras pediu vermelho por agressão.
«Mesmo com 10, a nossa equipa fez tudo, incluindo chegar ao 2-0. Por aquilo que controlámos, parabéns aos meus jogadores. De resto… não podemos brincar quando temos o acesso às imagens do VAR. Custa-me, porque... não vou dizer o que estou a pensar. Isto é brincar com nosso trabalho… Gostaria que o árbitro ao balneário falar com os meus jogadores, só isso. Se o VAR viu o mesmo que eu vi, é a primeira vez na história que vi um amarelo para uma agressão. Mas não vou alongar-me nisso, a nossa expulsão acho justa. Já os critérios... o árbitro teve um dia mau. Não posso acreditar em mais nada.»
Parabéns a Scolari
Abel não aceitou o argumento de que a equipa pareceu cansada: Vamos falar de factos. Viram o jogo hoje? Viram nossa equipa cansada? Então vamos falar de factos. Hoje houve fatores extra à nossa competência que prejudicaram e muito a nossa performance. E muito. Erros graves. Estávamos fresquinhos com 11, com 10 e fizemos tudo que tínhamos de fazer. Tudo que tínhamos de fazer. Por isso demos os parabéns ao Athletico e digo que é uma honra ser treinador destes jogadores. Todos os guerreiros têm cicatrizes. Esta vai ser uma. E temos este ano duas muito profundas, as que vêm pelas costas doem mais. Mas felizmente temos um bom departamento médico, que cura as nossas feridas.»
Uma relação de amizade une Abel Ferreira e Scolari, por isso para ele, que teve de ver o jogo na bancada por ter sido expulso na primeira mão, ficaram palavras de carinho:
«Não sei se os jogadores sentem isso ou não, mas eu sinto. Sentimento de carinho e gratidão. E pelo que ele fez neste clube, parabéns a ele. De facto, é um exemplo para todos nós. No ano passado estava no Grêmio, este ano vai disputar a final da Libertadores. Que desfrute, pense bem no que quer fazer. Foi e vai continuar a ser uma honra poder enfrentá-lo. Já vi porque é que ele ganhou tantos títulos aqui no Brasil.»